terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pesquisa pessoal de Plantas com Fins Medicinais

Videira (Vitis vinifera L.) - Livro “Plantas Medicinais – Volume 2”  (pág. 544-547)

1. Propriedades e indicações:

Todas as partes da videira possuem interessantes propriedades medicinais:
Vários tipos de uvas
As folhas, conferem uma acção protectora sobre os capilares sanguíneos e hemostáticos. Empregam-se nos seguintes casos:
• Afecções circulatórias venosas: hemorróidas, frieiras, varizes, pernas cansadas ou inchadas por transtornos de permeabilidade capilar (1). É um dos remédios vegetais mais activos contras estas afecções. Nestes casos, para reforçar o efeito, recomenda-se combinar as aplicações interna e externa; isto é, que além de tomar a decocção de folhas, se podem fazer banhos com a mesma decocção (4,5).
• Gastreterites, diarreias crónicas  e especialmente disenterias com fezes sanguinolentas, pelo efeito adstringente e anti-hemorrágico que possuem (1).
• Hemorragias: Particularmente útil nos transtornos da menopausa, para evitar as perdas frequentes de sangue; também em caso de hipermenorreia; assim como para normalizar o ciclo menstrual ou dismenorreia (1). Detém as epistaxes (hemorragias nasais) se for aplicada directamente, aspirando o pó das folhas secas trituradas, além de tomar a sua infusão (6).

A seiva da videira é útil para curar irritações da pele (eczemas e erupções diversas), e sobretudo para lavar os olhos afectados de blefarite (inflamação das pálpebras), terçol, conjuntivite e queratite (inflamação da córnea) (7). Também se pode usar como colírio para a higiene preventiva dos olhos. Possui propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes.

As uvas possuem propriedades tonificantes, descongestivas, laxantes, depurativas e antianémicas (2). A melhor forma de aproveitar todas as suas virtudes é seguindo uma cura de uvas.
Esta convém a todos os que desejem melhorar o seu estado de saúde e, especialmente, nos seguintes casos:
• dieta sobrecarregada (rica em produtos animais gordos);
• artritismo e gota;
• hipertensão;
• excesso de colesterol no sangue;
• doenças renais: litíase renal, nefrite e nefrose, insuficiência renal;
• obesidade: apesar da sua riqueza em glícidos, o conteúdo calórico da uva é inferior a 80 calorias por 100g;
• hemorróidas;
• afecções hepáticas crónicas: hepatite, cirrose, hipertensão portal;
• anemia, esgotamento físico;
• falta de rendimento, astenia, stress.

As sementes (grainhas) da uva são úteis no excesso de colesterol. Empregam-se em forma de óleo (3). 

2. Preparação e emprego:
  • Uso Interno
(1) - Decocção de folhas: 40-50 g de folhas por litro de água. Tomar 3 ou 4 chávenas diárias, antes das refeições.
(2) - Cura de uvas com fins depurativos (ver em baixo)
(3) - Óleo de sementes de uva (grainhas): Consome-se como qualquer outro óleo comestível, à razão de 2 a 5 colheradas por dia.

  • Uso Externo
(4) - Banhos de assento contra as hemorróidas (ver em baixo)
(5) - Pedilúvios (banhos de pés) contra as frieiras, e para melhorar a circulação sanguínea, com a mesma decocção que para os banhos de assento (ver em baixo)
(6) - Pó: Para estancar as hemorragias nasais, inala-se o pó das folhas secas à maneira de rapé.
(7) - Seiva do Sarmento: Recolhe-se num frasco limpo, e aplica-se directamente sobre a pele ou os olhos. Não se pode conservar, pelo que se usa unicamente na Primavera. 




Cura de uvas (2): Faz-se comendo de um a três quilos de uva madura como único alimento, durante três dias, ou mesmo até uma semana. As curas mais prolongadas devem fazer-se sob vigilância médica. Se se digerirem correctamente, podem comer-se também as peles e as sementes (grainhas) bem mastigadas. Também se pode beber sumo de uvas reconstituído a partir do concentrado por ebulição, ou melhor ainda, recém espremido. É necessário verificar se os sumos fornecidos em embalagens não contêm conservantes químicos. 


Banho de assento
Banho de assento contra as hemorróidas (4): Com 1-2 litros da mesma decocção que se recomenda tomar em uso interno, prepara-se um banho de assento. Verte-se o líquido da decocção numa banheira adequada e acrescenta-se a água necessária para cobrir o baixo-ventre. A temperatura da água do banho deve ser fria, tal como sai da torneira.
Recomenda-se tomar até 3 banhos diários, de cerca de 5 minutos de duração cada um. Consegue-se com isto desinflamar as hemorróidas e até evitar que aumentem de tamanho, devido à acção venotónica das folhas da videira.
Na medida em que a tonicidade das paredes das veias aumenta, as hemorróidas, que mais não são do que veias anormalmente dilatadas, contraem-se, e melhora a circulação do sangue que corre por elas.
Em caso de crise hemorroidal (inflamação aguda das hemorróidas), os melhores resultados conseguem-se combinando, durante 2 ou 3 dias, as acções curativas da videira em todas as suas formas:
• tisanas com a decocção das suas folhas (1).
• banhos de assento com esta mesma decocção, embora mais concentrada.
• cura de uvas (ver acima).


Banho de pés alternado com decocção de folhas de videira (5):
Banho de pés
Consegue-se um efeito benéfico mais intenso sobre a circulação venosa dos pés e das pernas, se se prepararem dois recipientes:
• um com decocção quente de folhas de videira.
• outro com água fria.
Alternam-se de 5 minutos em banho de decocção quente com 10 segundos em água fria. Depois de terminar o banho, pode-se dar uma massagem ascendente aos pés.

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