Figueira (Ficus carica L.) -Livro “Plantas Medicinais – Volume 2” (pág. 708-709)
1. Propriedades e indicações:
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Figos |
O seu uso é recomendado sobretudo aos que sofrem de prisão de ventre (acção laxante), às mulheres grávidas e aos que sofrem de esgotamento físico ou mental (acção tonificante).
O líquido que se obtém da decocção de figos secos tem propriedades emolientes (calmantes). Dá bons resultados nos casos de faringite, gastrite, bronquite e tosse seca ou irritativa.
Aplicados externamente, em forma de cataplasma, os figos são resolutivos (favorecem a maturação de abcessos e inflamações) e cicatrizantes. Utilizavam-se no caso de feridas infectadas, furúnculos, abcessos e fleimões dentários.
2. Preparação e emprego:
(1)-Figos secos: Para combater a prisão de ventre, comem-se de manhã, em jejum, uns 200g de figos secos postos de molho, de véspera.
(2)-Decocção: Prepara-se com 10-12 figos secos num litro de água ou leite. Deixam-se ferver até que o líquido se reduza a metade. Para combater as afecções digestivas ou respiratórias ingerem-se 3 ou 4 chávenas diárias deste líquido, quente. Os figos cozidos também se podem comer.
(3)-Cataplasma: Tritura-se um punhado de figos frescos, ou de figos secos postos de molho, e com a pasta resultante prepara-se um cataplasma, que se aplica envolvida num pano fino de algodão sobre a zona afectada. Deixa-se ficar durante o dia e retira-se à noite, lavando bem a pele. Também se pode aplicar directamente um figo aberto ao meio.
(4)-Latéx: Aplicar umas gotas sobre as verrugas, todos os dias, durante várias semanas (ver abaixo).
Leite de figueira:
O leite utiliza-se para amolecer os calos e eliminar as verrugas. Para o conseguir, é preciso persistência e aplicá-lo todos os dias durante várias semanas. Também se pode aplicar sobre as verrugas umas folha de figueira esmagada e quente, à maneira de cataplasma.
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Aloés (Aloé vera (L.) Webb.) - Livro “Plantas Medicinais – Volume 2” (pág. 694-695)
1. Propriedades e indicações:
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Alóe Vera em flor |
Das suculentas folhas do aloés obtêm-se dois produtos principais: o azebre e o gel de aloés.
Segundo a dose diária com que se empregue, azebre tem diferentes aplicações (1):
• até 0,1 g é aperitivo, estomacal e colagogo, facilitando a digestão;
• a partir de 0,1 g actua como laxante e como emenagogo (aumenta o fluxo menstrual);
• doses de 0,5 g (máximo diário), actua como purgante e enérgico e também ocitócico (provoca contracções uterinas).
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Gel do Alóe Vera |
O gel ou sumo de aloés: Contém acemalante, uma substância imunoestimulante (que aumenta as defesas). Ao contrário do azebre, o gel de aloés não tem propriedades laxantes.
Aplicado localmente, são muitas as afecções sobre as quais o aloés pode exercer efeitos benéficos. As mais importantes são as seguintes:
• Feridas – O sumo de aloés aplica-se em compressas (3), embora também se possa colocar directamente a polpa da folha sobre a ferida. Facilita a limpeza da ferida e acelera a sua cicatrização, reduzindo a cicatriz.
• Queimaduras – O gel ou sumo de aloés aplica-se em compressas durante os dias seguintes à queimadura (3). Em queimaduras de primeiro grau, bastam dois ou três dias de aplicação. O aloés conseguem acelerar a regeneração de pele danificada e reduzir ao mínimo a cicatriz.
• Afecções da pele: O sumo de aloés aplicado em loção tem uma acção favorável em casos de psoríase e eczemas da pele, assim como na acne, pé de atleta (infecção por fungos) e herpes, entre outras (4). Para reforçar o efeito, recomenda-se tomá-lo também por via oral (2).
Nas crianças, a loção de sumo de aloés emprega-se no tratamento do eczema causado pelas fraldas, e para aliviar a comichão e facilitar a cicatrização da pele nas doenças exantemáticas como o sarampo, a rubéola e a varicela (4,5).
• Beleza da pele: Os aloés revitaliza a pele, conferindo-lhe uma maior pureza, resistência e beleza. Aplicado sobre a pele, melhora o aspecto das cicatrizes inestéticas e das estrias. Também se emprega no cabelo e das unhas (4,5).
Ingerido por via oral, o sumo de aloés é depurativo e tonificante. Emprega-se como digestivo e também no tratamento da úlcera gastroduodenal (2).
2. Preparação e emprego:
(1)-Azebre: utiliza-se em forma de cápsulas preparadas farmaceuticamente. Como laxante ou purgante, o azebre de aloés actua lentamente, pelo que se administra à noite para obter o efeito no dia seguinte.
(2)-Gel ou sumo de aloés: Tomam-se 1 ou 2 colheradas, 3 ou 4 vezes ao dia, dissolvidas em água, sumo de frutas ou leite. Normalmente, toma-se com as refeições. Em caso de úlcera gastroduodenal, recomenda-se tomá-lo meia hora antes de cada refeição, e antes de se deitar para dormir.
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Alóe Vera |
- Uso Externo:
(3)-Compressas com sumo de aloés: Devem-se manter durante todo o dia, humedecendo-as com sumo cada vez que sequem. À noite, pode-se aplicar um creme hidratante ou simplesmente azeite, pois o sumo de aloés resseca a pele.
(4)-Loção com sumo de aloés: Aplica-se 2 ou 3 vezes por dia sobre a pele afectada. Convém combinar o seu uso com o de algum emoliente (suavizante), como por exemplo o azeite.
(5)-Cremes, unguentos e outros preparados farmacêuticos à base de aloés. Normalmente incluem uma substância emoliente ou hidratante.
3. Precauções:
O gel ou sumo de aloés pode provocar reacções alérgicas quando se aplica sobre a pele. Uma de cada 200 pessoas, aproximadamente, é alérgica aos aloés. Se, poucos minutos depois de espalhar umas gotas de sumo de aloés sobre a pele das costas aparecer um ligeiro rubor e comichão, é sinal de alergia aos aloés: ter-se-á de recorrer a outro remédio.
O azebre não deve ser utilizado como purgante pelas mulheres durante a menstruação, nem pelas grávidas, pois provoca congestão dos órgãos pélvicos e contracções uterinas. Também não é recomendável a quem sofra de hemorróidas (pode fazê-las sangrar). Não se deve administrar às crianças. Não exceder a dose de 0,5 g por dia.
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Milho (Zea mays L.) - Livro “Plantas Medicinais – Volume 2” (pág. 599-601)
1. Propriedades e indicações:
O grão de milho tem as seguintes aplicações:
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Grãos de Milho |
• Emoliente e protector da mucosa intestinal: O milho e a sua farinha, graças à total ausência de glúten, tornam-se de grande utilidade para quem sofra de celiaquia e para as crianças que sofram de deficiente absorção intestinal ou diarreias crónicas (1).
• Refreador do colesterol: O óleo que se extrai do gérmen de trigo é muito rico em ácidos gordos insaturados, pelo que é recomendado a quem tenha excesso de colesterol no sangue (3).
Externamente, a farinha de milho aplica-se em cataplasmas quentes sobre os rins em caso de cólica renal, assim como sobre a bexiga em caso de cistite (4). O seu efeito é reforçado quando se usam conjuntamente com a infusão de estiletes (2).
Os estiletes ou estigmas do milho têm uma acção diurética e depurativa intensa e muito bem tolerada. São muito indicados nos seguintes casos:
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Campos de Milho |
• Afecções circulatórias: edemas (retenção de líquidos); pernas inchadas (inclusivamente na gravidez), afecções cardíacas, hipertensão arterial, excesso de sal na dieta (2).
• Litíase renal, quer devida a cálculos úricos quer de fosfato ou de oxalato; cólicas renais, pela sua acção sedativa e anti-inflamatória (2).
•Inflamações do rim (nefrite), da bexiga (cistite); albumina na urina (nefrose) (2).
•Gota (excesso de ácido úrico), artritismo, edemas suboculares (inchaço por baixo dos olhos), e sempre que se queira eliminar o excesso de toxinas acumuladas no sangue (por exemplo, depois de uma gripe) (2).
2. Preparação e emprego:
(1)-Culinária: O milho e a sua farinha tornam-se de muitas maneiras e em diferentes pratos como mais um alimento.
(2)-Infusão de estiletes: 30 g por litro de água. Toma-se quente ou fria, de manhã ou de tarde, mas não à noite, à razão de 3 a 5 chávenas por dia.
(3)-Óleo: Obtém-se do gérmen do grão de milho. Usa-se como qualquer óleo de cozinha, de preferência cru.
(4)-Cataplasmas de farinha de milho: Aplicam-se quentes sobre os rins ou a bexiga. Tornam-se muito úteis em caso de cólica renal, se forem combinadas com a ingestão de infusões de estiletes.
3. Precauções:
Os estiletes de milho, pelo seu acentuado efeito diurético, são desaconselhados para quem sofra de hipertrofia da próstata.
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Tomilho (Thymus vulgaris L.) - Livro “Plantas Medicinais – Volume 2” (pág.769-771)
1. Propriedades e indicações:
O uso do tomilho é apropriado nos seguintes casos:
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Tomilho (planta) |
• Anti-séptico (desinfectante): A essência do tomilho tem um poder anti-séptico superior ao do fenol e da água oxigenada e possui ainda uma acção bactericida.
A sua acção anti-séptica localiza-se sobre os aparelhos digestivo, respiratório e o geniturinário, e especialmente sobre as mucosas da boca e garganta, assim como as dos órgãos genitais.
A sua acção antimicrobiana é reforçada pela capacidade que apresenta de estimular o fenómeno da leucocitose (aumento dos glóbulos brancos no sangue). O tomilho estimula o sistema imunitário, favorecendo a actividade dos leucócitos.
• Sistema nervoso: Convém no caso de esgotamento físico (astenia, debilidade, hipotensão) como psíquico (perda de memória, ansiedade, insónia, depressão, irritabilidade nervosa) (1,2).
• Aparelho digestivo: Antiespasmódico, eupéptico (tonificante da digestão) e carminativo (impede as flatulências e a formação de gases). Abre o apetite, favorece a digestão e combate as putrefacções intestinais por desequilíbrio na flora do cólon.
É indicado em gastrenterites e colites provocadas por bactérias (1,2).
• Vermífugo (expulsa os vermes intestinais): É particularmente activo sobre ténias. Também é insecticida de pulgas e piolhos (1,2).
• Afecções bucais e faríngeas: Utilizado em bochechos combate as aftas, a piorreia e a estomatite (irritação ou inflamação da mucosa bucal). Em gargarejos torna-se muito eficaz no tratamento de faringites e amigdalites (3).
• Aparelho respiratório: Expectorante, antitússico e balsâmico, o que, somado ao seu poder anti-séptico, o torna muito útil em sinusites, laringites, catarros brônquicos e bronquites, asma, tosse espasmódica e tosse convulsa. Nestes casos, recomenda-se tomar a sua infusão (1) ou essência (2), além de fazer banhos de vapor e inalações (4).
Recomenda-se o seu uso durante as epidemias de gripe, quer em infusão quer em sopas ou a polvilhas as saladas.
• Aparelho geniturinário: Pelas suas propriedades diuréticas e anti-sépticas, torna-se indicado nas infecções urinárias (cistites e glomerulonefrites) (1,2).
Aplicado externamente em lavagens, oferece uma acção favorável em caso de infecções nos órgãos genitais externos, tanto femininas (vaginite e vulvite com ou sem leucorreia) como masculinas (balanite e postite, infecção da glande e do prepúcio) (5).
Aplicado em cataplasmas quentes, alivia as cólicas renais e as da cistite.
• Anti-reumático: Aplicado externamente em fricções, banhos e cataplasmas, acalma as dores reumáticas provocadas pelo artritismo e pela gota (6,7,8). Ingerido por via oral (1,2), o tomilho é também diurético e sudorífico, pelo que exerce uma acção depurativa, eliminando do sangue o excesso de resíduos ácidos do metabolismo, causadores do artritismo e da gota.
Em aplicação, externa, o tomilho alivia igualmente as dores provocadas por: torcicolo, lumbalgias, ciática, artrose, etc. (6,7,8).
• Infecções da pele: em lavagens e compressas, aplica-se sobre feridas infectadas ou de lenta cicatrização, chagas, úlceras varicosas, frieiras, furúnculos, abcessos, dermatite, etc. (5).
Pela sua acção antiparasitária, é muito útil em caso de sarna e de infestação por piolhos ou por pulgas.
• Estimulante capilar: Aplicado em loção ou fricção sobre o couro cabeludo, fortalece o cabelo e previne a sua queda (6).
2. Preparação e emprego:
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Tomilho |
(1)-Infusão: 20-30 g de sumidades floridas por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias. Concentrada (50-60 g por litro), adquire um efeito estimulante semelhante ao do café ou do chá, mas sem os seus inconvenientes.
(2)-Essência: Ver abaixo.
(3)-Bochechos e gargarejos com uma decocção de 100-120 g de sumidades por litro de água, que se deixa ferver até que fique reduzida a metade.
(4)-Banhos de vapor e inalações com a essência.
(5)-Lavagens e compressas com a decocção indicada.
(6)-Loções e fricções coma decocção indicada ou com a essência.
(7)-Banhos: Infusão com 300-500 g de tomilho em 2-3 litros de água, que se acrescenta à água do banho.
(8)-Cataplasmas: Envolver folhas e flores de tomilho desprovidas dos ramos, num pano de algodão. Aquecer o pano com o tomilho com um ferro de engomar ou sobre um aquecedor, e aplicá-lo sobre a zona dorida.
Essência de tomilho
• Ingerida por via oral, não exceder a dose de 2 a 3 gotas, 3 vezes ao dia. Em dose excessiva pode provocar irritabilidade nervosa e descoordenação motora. Estes fenómenos apresentam-se com o uso da essência, e muito raramente com a planta em estado natural.
• Localmente, aplica-se em banhos de vapor e inalações (2 ou 3 gotas em meio litro de água quente), em fricções sobre a parte dorida, ou em lavagens sobre a zona da pele afectada. É um tanto irritante para a pele, pelo que é necessário diluí-la.
• Os banhos de vapor fazem-se deitando 3 ou 4 gotas de essência de tomilho em meio litro de água em ponto de ebulição. Respirar os vapores durante 5 minutos, 3 ou 4 vezes por dia.
• As inalações consistem em respirar a essência, após se terem colocado 2 ou 3 gotas sobre as costas da mão ou sobre um lenço.
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